
Intoxicações crônicas causadas pelo uso de agrotóxicos são estimadas em 700 mil casos/ano, com 37 mil casos/ano de câncer em países em desenvolvimento
O Tulasi Mercado Orgânico reforça os alertas do Outubro Rosa lembrando o quanto os agrotóxicos são prejudiciais ao nosso organismo podendo provocar reações alérgicas, respiratórias, distúrbios hormonais, problemas neurológicos e até mesmo o câncer, em função dos resíduos químicos tóxicos que permanecem nos alimentos.
O câncer é uma doença que ainda intriga muito os cientistas e profissionais de saúde, sobretudo porque o processo de seu aparecimento não é totalmente compreendido. No que diz respeito ao câncer de mama, existem vários tumores, cada um com comportamentos diferentes, mais ou menos agressivos quanto à forma com que as suas células alteradas se dividem e invadem outros órgãos, levando às chamadas metástases e, muitas vezes, à morte.
Embora a genética seja um fator importante no surgimento do câncer, pesquisas conduzidas nas últimas décadas mostram que o meio ambiente em que vivemos tem um papel central na origem da doença. Assim, diferentes fatores ambientais aos quais estamos expostos, como cigarro, poluição, radiação solar e vírus, são reconhecidos como causadores do problema. Desse modo, afirma-se que sim, o câncer é uma doença que pode ser evitada.
Nesse aspecto, como comprovaram os pesquisadores britânicos Richard Doll e Richard Peto, na década de 1980, os cuidados com a alimentação contribuem na prevenção da doença, considerando que cerca de 30% dos casos de câncer no mundo estariam relacionados a dietas inadequadas. Número que continua válido ainda hoje, haja vista a posição de diferentes organizações internacionais, que recomendam o consumo diário de pelo menos cinco porções de frutas e verduras (cerca de 400 g) para a prevenção da doença.
Orgânicos
Vale lembrar que o emprego de agrotóxicos tem implicado em terríveis problemas relacionados à contaminação ambiental e à saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o uso dessas substâncias é da ordem de 3 milhões de toneladas/ano, expondo, só no meio agrícola, mais de 500 milhões de pessoas.
Os casos anuais de intoxicações agudas não intencionais nos países do terceiro mundo são estimados em 1 milhão, com 20 mil mortes. As intoxicações crônicas, embora de mais difícil avaliação, são estimadas em 700 mil casos/ano, com 37 mil casos/ano de câncer em países em desenvolvimento e 25 mil casos/ano de seqüelas persistentes.
No Brasil, o Estado de São Paulo é o maior fabricante e consumidor de agrotóxicos, apesar disso, são poucas as informações existentes sobre a extensão dos danos ao meio ambiente e, especialmente à saúde humana.
Fontes:
Thomas Prates Ong, professor do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e secretário-geral da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN)
Econews
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